Acabamento dourado

Diz a lenda japonesa que o primeiro Gojuu no Tou do Japão foi construído porque 2 pescadores encontraram as relíquias de Buda no alto de um monte. Ficaram tão impressionados com a energia e a luz que emanava daqueles objetos sagrados, que decidiram levá-los para a aldeia. Ao chegarem em casa começaram a sentir a terra tremer, correram para fora e perceberam que ondas gigantes destruíam a aldeia, vulcões expeliram bolas de fogo que caiam sobre as casas, ventos fortes derrubavam árvores, uma verdadeira catástrofe se abateu naquela aldeia.

O imperador, sabendo o que os dois pescadores fizeram, ordenou que sobre aquelas relíquias sagradas, fosse construído um enorme templo em homenagem a Buda, à terra, ao fogo, à água e ao vento. Assim que o templo foi concluído, os campos floresceram, o céu ficou azul, o mar se acalmou, os vulcões adormeceram e uma leve brisa balançava suavemente as árvores. A partir de então aquela aldeia se transformou num paraíso, todos prosperavam pois a terra era fértil, o mar estava repleto de peixes e as frutas eram abundantes nas árvores.

A partir de então o Gojuu no tou se transformou em um símbolo de harmonia entre Deus, a natureza e o homem.

Acabamento ruínas

Certa vez um jovem marceneiro resolveu fazer um templo para homenagear a terra, a água, o fogo e o vento. Após anos de trabalho conseguiu concluir sua obra. Construiu um enorme templo, todo coberto com ouro e prata. Então chamou os 4 elementos da natureza para entregar-lhes o presente.

O fogo quando viu a obra disse:

- Mas esse templo é feito de madeira, se eu entrar aí queimarei tudo! Não posso aceitar.

Eis que a água disse também:

- E eu, se entrar lá a madeira ficará úmida e acabará apodrecendo!

O vento disse:

- Lá dentro não terei espaço para soprar, não posso ficar parado! Não posso aceitar esse presente, marceneiro!

E a terra disse:

- Não posso ficar lá dentro. Não há luz. As plantas não crescerão em mim!

O marceneiro ficou desolado. Muito triste mesmo. Então pegou um machado e foi em direção ao templo.

- O que vai fazer? - Perguntou o fogo.

- Vou destruir minha obra. Se vocês não aceitaram, ela não serve pra nada.

A terra vendo a tristeza do marceneiro, resolveu entrar no templo.

- Estou sentindo a sua tristeza, vou entrar no templo, marceneiro. E seja o que Deus quiser.

O fogo também entrou, assim como a água e o vento.

Satisfeito o marceneiro foi pra casa, e depois de alguns meses retornou ao templo e teve uma grande surpresa. Dentro do templo havia florescido um lindo Ypê.

- Mas como é possível isso?

Eis que a terra respondeu:

- Foi a vontade de Deus e a bondade em seu coração. Quando eu entrei tinha comigo uma semente de Ypê. Depois o fogo entrou e forneceu luz e calor para essa semente. Depois a água entrou e a fez germinar, e o vento manteve a temperatura ideal soprando suavemente aqui dentro. E hoje, esse lindo Ypê floresce. Deus nos mostrou que a nossa harmonia faz milagres. Obrigado por esse presente, marceneiro!

Acabamento ruínas

Nesta obra procurei aproximar mais ainda o Gojuu no Tou da natureza. Imaginei como ficaria a obra se a deixasse no meio do mato, tomando chuva, sol, vento...Tá certo que a natureza faria 100 vezes melhor...mas eu estou aprendendo!

Acabamento ruínas...

Diz a história, que os locais escolhidos para a construção de cada templo pela Ásia, foram indicadas pelos passos de Buda. Talvez seja por isso que essas edificações sejam tão inspiradoras e belas. Eis uma bela frase de Buda:

"Onde quer que viva, este é o teu templo, se o tratar como tal."

Pintura envelhecida

Certa vez, o Gojuu no Tou de Haguroyama, localizado na província de Yamagata sofreu um misterioso incêndio. O templo, feito todo em madeira, foi totalmente destruído. O imperador daquela Era, ficou desolado pois acreditava que inimigos teriam provocado o incêndio. Então, todos os carpinteiros, artesãos e religiosos da província se uniram e construíram um novo templo  para o imperador, prometendo vigiá-lo dia e noite para que nada de mal acontecesse novamente. Hoje, misteriosamente, todos os sapos que habitam um lago ao lado do templo, nascem apenas com um olho. Diz a lenda, que o outro olho é sacrificado para guardar e proteger o templo, que permanece intacto até hoje.

Pintura envelhecida

É difícil envelhecer peças em resina. Ainda mais a resina acrílica que eu utilizo que não aceita qualquer tipo de revestimento e é preciso muito cuidado no lixamento. Tive que desenvolver uma nova técnica, utilizando tintas especiais em pasta...e na verdade essa tinta em pasta eu tive que desenvolver também, pois não existe no mercado. E pra finalizar tive que usar várias camadas de fixador para que a massa não se torne quebradiça. Tá aí o resultado!